sábado, 22 de novembro de 2014

sarau da casa amarela com antonio marcos


encontro de saraus no ceu curuçá


boralá, oswaldo ribeiro tiveron
sacha arcanjo e rosinha morais
escobar franelas e jocélio amaro
boralá, imenso poeta gilberto braz

euflávio madeirart e jose pessoa
wagninho barbosa, vamos, boralá
rosemari beltrão e inês santos
francisco xavier, zulu de arrebatá

compadre seh m. pereira, vamos?
bora, manogon manoel gonçalves
luka magalhaes, ceciro cordeiro
arnaldo b. rosário, salve, salve

rosmari pereira de oliveira
bora sem demora joaquim lima
joão caetano do nascimento
carlos alberto e ligia regina

boralá, janete braga od larama
bora eny sant e alexandre santo
valdomiro ferreira - pérola negra
quero ouvir alto e forte o seu canto

querida comadre marcia barbieri
daniel lopes, selma sarraf bizon
a outra selma, não menos querida
a bento baia mora em mi corazom

apareça, comadre cida camargo
traga junto o seu querido ademar
é domingo que vem, quinze horas
encontro de saraus no ceu curuçá

akira - 20/11/2014.
 

não dá nem dó


o palmeiras
não merece
o meu amor
nem faz jus
à minha dor

o palmeiras
não tem cara
nem coragem
para encarar
cara a cara

o time
não dá
nem dó

triste e infame
a desonra vil
no meu peito
fez seu covil

akira - 19/11/2014.

lígia


lígia, adorada irmãzinha
eu podia estar doente
ardendo com febre
de mais de quarenta gráus

e mais, eu podia estar
vagando por aí sem memória
sem destino nem história
no sol frio do esquecimento

e mais ainda, lígia regina
eu podia até estar morto
e devidamente sepultado

só não podia de jeito nenhum
- foi crime de lesa majestade
ter esquecido seu aniversário

19/11/2014.

dedo mole (26)


há muito tempo
no breu do beco
sem porta de saída
farejei seu medo
e comprei sua dor


no fedor da noite
na bacia fervente
das almas caídas
enxerguei sua fome
e comprei seu ódio

há muito tempo
no balaio do destino
mãos sujas de sangue
misturei dor e ódio
comprei seu perdão

foi há muito tempo
na latrina do tempo
no poço das perdas
no covil das tocaias
comprei sua parte

akira – 18/11/2014.

chapéu boliviano


cá estamos nesta foto
de selma sarraf bizon
momento bom de alegria
eu e minha amada sueli

eu com o chapéu boliviano
presente do meu filho andré
comprado de uma índia veia
num lugar chamado potosí

eu e sueli kimura ganhamos de rosinha morais


Indelével

Essa mistura
Que não lhes cabe
Que de tão imensa
Se espalha por onde andam
Uns dizem ser
Cumplicidade
Outros respondem
Que é amizade
Alguns juram
Que é amor
Tantos assumem
Com tal certeza
Que o que os une
É a beleza
Tenho cá pra mim
Que é tudo isso
E um pouco mais
Um encontro de almas
De corações
De mentes
Que seguem
Os mesmos preceitos
De talento e de respeito
Daquilo que todos
Passam a vida
A procurar
Mas que só poucos
Consegue achar.


Rosinha Morais

vem aí o 30º sarau da casa amarela


data: 30/11/2014
horário: a partir das 15h
local: casa amarela
rua julião pereira machado, 07
são miguel paulista – são paulo
(rua do colégio hugo takahashi, próximo à sabesp)

homenageado: antonio marcos

convidados especiais:

1. zélia guardiano: lançamento do livro "caderno de desapontamentos"
2. daniel lopes: lançamento do livro "a delicadez dos hipopótamos"

traga a sua alegria
traga a sua canção
traga a sua poesia
quem vier será bentivindo
quem chegar será benchegado


mário neves no sarau da casa amarela com raberuan


poema de mário neves, do itá - lendário grupo de poesia
do bairro do itaim paulista de quem ouço falar a décadas
mas só recentemente vim conhecer alguns dos seus
grandes poetas. mário neves esteve pela primeira vez na
casa amarela, no sarau em homenagem a raberuan onde
conheceu parte de sua obra, o que o inspirou a escrever
este poema. obrigado pela presença, mário, um grande
abraço, compadre. akira - 17/11/2014.


IN MEMORIAM A RABERUAN QUE EU
NÃO CONHECI E AGORA CONHEÇO

Mario Neves

O tempo colhe a vida, não colhe a eternidade,
Colhe a existência, as alegrias, as tristezas,
Colhe um a um os dias, fio a fio a nossa idade,
Mas não colhe as obras, nem a sua singeleza.

O tempo verga o homem, tira a sua vitalidade,
Oferece experiência, mas ao corpo dá fraqueza,
Leva o a morte, mas não rouba a sua identidade,
E a suas obras se creditará, o mérito da proeza.

Feliz quem faz suas obras não pela popularidade,
Bem-aventurado quem se projeta não pela riqueza,
Viverá após a morte, quem foi valoroso de verdade,
Viverá sempre em suas obras, disso tenho certeza.

sábado, 15 de novembro de 2014

josé pessoa no sarau da casa amarela com raberuan


josé

nos últimos dois anos que passaram lançamos dezenas
de livros na casa amarela, tanto no blablablá como no
sarau da casa amarela que acabaram se tornando um
espaço independente para que os novos autores que
estão fora do circuito oficial de distribuição possam
divulgar suas obras literárias. nos últimos dois anos que
passaram a casa amarela lançou livros de escritores e
poetas do quilate de marília kubota, por exemplo, de
vlado lima, márcia barbieri e ademiro alves, o sacolinha,
por exemplo, de alessandro buzzo, alexandre kishimoto
e carlos moreira, e de tantos outros autores, todos da
estirpe dos baitas. mas sou obrigado a confessar que o
lançamento que mais comoveu e encheu meu coração
de alegria foi o do livro do sr josé pessoa, o "esta é a
minha história", no domingo passado no sarau da casa
amarela em homenagem a raberuan. o "esta é a minha
história", contada à maneira do sr josé é a história de
um brasileiro anônimo que migra ainda jovem do norte
para sampa e aqui trabalha a vida inteira na construção
civil e como operário nas fábricas, e faz os sacrifícios
maiores para sobreviver e construir uma casinha na
periferia para morar, apenas mais uma história simples,
comum e anônima. pois esse sr josé, depois de uma
vida inteira dedicada ao trabalho e à sobrevivência, ao
se aposentar decidiu que tinha que fazer alguma coisa
para fugir do ócio, da decadência física e mental e de
simplesmente ficar esperando o dia da morte chegar e
para isso escolheu escolheu escrever um livro na cara
e coragem. sem querer ser piegas o sr josé pessoa é
um exemplo de superação.



sexta-feira, 14 de novembro de 2014

jocélio amaro no sarau da casa amarela com raberuan


aqui, meu compadre jocélio amaro emocionou a casa
amarela domingo passado com duas canções lindas de
morrer: 1ª) "nem sempre", uma homenagem ao poeta e
cantor belchior; e 2ª) "última fome", um clássico de
sacha e raberuan, uma canção romântica até o osso.
enquanto a noite caia como um manto de poesia e de

ternura sobre a casa amarela, a maquineta rúbia de big 
charlie não deixava escapar nenhum detalhe visual ou
sonoro da interferência de jocélio..

débora kikuti no sarau da casa amarela com raberuan


"possuísse um milhão de cruzeiros
eu comprava uma casa amarela
mandava pintar de prateado
pra botar meu amor dentro dela"


belíssimo e sublime momento de singeleza e ternura na
casa amarela domingo passado proporcionado por
débora kikuti, emocionante contadora de histórias que
acordou com sua arte maravilhosa, nos corações das
marmanjas e marmanjos presentes na casa, as crianças
que existem dentro de cada um. carlos alberto rodrigues
estava lá e não deixou passar batido e registrou com os
olhos rasos de lágrimas.

alexandre santos no sarau da casa amarela com raberuan


"e se começar a chover
gotas claras cristais de sorrir
como versos de um poeta aprendiz
como flechas de mil querubins"


lindo! lindo! lindo! ouvi duas vezes essa canção que foi
registrada domingo passado pela famigerada maquineta
rúbia do temido big charlie e já estou quase decorando
a letra. poesia belíssima do poeta saci. canção singela
e repleta de lirismo de alexandre santo, o trovador saci.


eu e a casa amarela no tempestade urbana


puxa, adriana aneli costa lagrava, puxa, fran nóbrega,
agora fiquei sem palavras para agradecer tantas palavras
afetuosas para mim e para o pessoal da casa amarela,
aliás, o bom senso recomenda que em situações como
essa só cabem duas palavras: muito obrigado. não é falsa
modéstia mas tenho certeza que não mereço a maior
parte das palavras ditas a meu respeito já que faço parte
de um grupo de pessoas maravilhosas, não vou citar
nomes aqui para não correr o risco de esquecer alguém,
que doam o seu tempo e a sua generosidade para que a
casa amarela aconteça. muito obrigado mesmo, adriana e
fran nóbrega e da próxima vez peço que peguem mais
mais leve comigo porque o coração baleado do velhinho
sexagenário aqui pode não aguentar. um imenso abraço
apertado e demorado, minhas comadres.


akira - 11/11/2014.

ps: divido as palavras afetuosas do tempestade urbana
com luka magalhães, manogon, lígia regina, euflávio
góis, joão caetano, sacha arcanjo, éder lima, escobar
franelas, célia yamasaki da silva, francisco xavier, sueli
kimura, ronaldo ferro, big charlie, selma sarraf bizon,
verônica lopes, célia maria ribeiro, gilberto vraz, inês
santos e com todos os amigos da casa amarela.

http://www.tempestadeurbana.com/…

o musical em mi no sarau da casa amarela com raberuan raberuan


o musical em mi e raberuan

de 2005 até 2011 realizamos pelo projeto memória
musical e poética em são miguel paulista do ipedesh 
a gravação de 04 cd's, a saber, o "tião", de raberuan, 
o "sacha, 60", para homenagear os 60 anos de sacha 
arcanjo, o "pra mim", de osnofa e o "ouvindo o 
coração", de gildo passos, no estúdio "musical em 
mi" que é estúdio de som mas é também um grupo
musical da família mi de carvalho que resiste e
sobrevive da música há mais três décadas. por conta 

da gravação destes cd's nestes seis anos no projeto 
memória que tem o objetivo de promover o registro 
das obras de poetas e compositores populares da 
região de são miguel, eu e raberuan, que fez sempre 
as vezes de diretor musical do projeto participamos 
de mais de uma centena de seções de gravação no 
estúdio "musical em mi". por isso não tenho
dúvidas em afirmar que mizão e mizinho de carvalho 

foram talvez as duas pessoas que mais conviveram 
afetiva e musicalmente com raberuan nos últimos 
seis anos de sua vida e, inclusive, tendo de ambas as 
partes, tantos dos mis como de raberuan, sofrido 
diversas mudanças de conceitos e paradigmas. digo 
isso porque presenciei. ontem, com imensa felicidade 
e orgulho recebemos na casa amarela no sarau em 
homenagem a raberuan, o "musical em mi" como
convidado especial do evento que veio e trouxe para 

a casa amarela o sol da sua amizade, generosidade e 
grandiosa musicalidade e emocionou a todos com 
canções inéditas e antigas de raberuan. obrigado, 
mizinho e mizão, obrigado à dona eunice munari e à 
doce priscilla alves de carvalho, saibam que ontem 
vocês conferiram mais um selo de afetiva e efetiva 
qualidade à casa amarela.

akira - 10/11/2012.
(as fotos são de sueli kimura, escobar franelas e
francisco xavier)









micheliny


fixei o mouse
em micheliny verunshk
de bate pronto
o facebook respondeu:


- 110 amigos em comum
Incluindo nydia bonetti
e líria porto

amizade tipo, pensei
escrita nas estrelas
como não aceitar?

akira – 09/11/2014.

nóia (5), de hayashi e yamasaki


aí vai um primeiro tratamento dado pelos meus
compadres francisco xavier e ronaldo ferro,
dos cabras de baquirivú, à canção "nóia (5)",
uma preciosa parceria com um dos músicos
mais geniais que eu conheço: tarcísio hayashi.
"nóia (5)" é um tema doloroso e lancinante, mas
a leitura de tarcísio foi leve e delicada, eu diria
até, quase oriental, e também estará no cd
"oliveiras blues", dos cabras de baquirivú que
irá encartado no meu novo livro/cd que terá o
mesmo nome. obrigado, tarcísio, por este belo
e emocionante presente.


nóia (5)

música: tarcísio hayashi
letra: akira yamasaki
guitarra e voz: ronaldo ferro
baixo: francisco xavier

não roda mais no gira-gira
não brinca mais na gangorra
nem sobe na casinha do tarzã
só restou o silêncio agora

não trepa mais nas árvores
não canta mais com pássaros
não aposta corrida com o vento
só restou o silêncio agora

não teme mais a morte
não teme mais a vida
não teme mais o pesadelo
só restou o silêncio agora

agora não existe mais a dor
agora não existe mais espaço
agora não existe mais tempo
só restou o silêncio agora

akira – 26/02/2014.

sábado, 8 de novembro de 2014

peter micharia


para o meu bróder escobar franelas, que sei que tem
a maior adoração por este poema ofereço com afeto e
amizade. "peter micharia" é mais uma canção que os
cabras de baquirivú estão preparando para o "oliveiras
blues", cd que será encartado no meu novo livro/cd de
mesmo nome. como diz francisco américo, o quinho,
meu compadre de mais de três décadas, estes cabras
são do baquirivú. aliás, os cabras são cobras mesmo.


peter micharia

música: francisco xavier e ronaldo ferro
letra: akira yamasaki

eu e peter micharia
éramos os mais fracos
elos na hierarquia
dos alunos do buraco

pagadores de micos
e motivos de piadas
éramos os preferidos
sacos de pancadas

vítimas dos pedágios
covardes e pacatos
éramos aprendizes
de baratas e ratos

desse lugar eu fugi
nas asas da poesia
de tresoitão na mão
fugiu peter micharia

akira – 09/09/2011.

jardim de hideko 17


ficou da hóra! mais uma canção para o repertório de
"oliveiras blues", de autoria de eder lima e akira
yamasaki, na voz da minha meiga, maga e mega
amiga ligia regina. quando eu morrer, antes de entrar
no céu ou no inferno vou ter que cumprir um pedágio
no purgatório para pagar umas cotas de gratidão ao
éder por esta parceria maravilhosa.


jardim de hideko 17

música: éder lima
letra: akira yamasaki
voz: lígia regina

oh flor da primeira hora
de outono e alvissareira
banha-me em seu orvalho
me alimenta com seu mel
deixa eu ser seu beija-flor

viajei, flor, a noite inteira
atravessei mil batalhas
e quase morri nos atalhos
da face escura da aurora
só pra estar contigo agora

akira – 09/05/2014.


os "cabras de baquirivú" a todo vapor em fase de escolha
e preparação do repertório do cd "oliveiras blues" que terá
canções minhas e parceria com uma pá de compositores
da raça dos baitas. aqui vai um primeiro tratamento que os
cabras estão preparando para "sé", uma parceria com meu
compadre evandro navarro, poeta e compositor essencial
do rio de janeiro, cuja amizade entrou na minha vida pelas
mãos afetuosas e gentis de comadre monique franco. um
grande beijo para evandro e monique.




música: evandro navarro
letra: akira yamasaki
guitarra e voz: ronaldo ferro
puff:  valdomiro ferreira, vulgo pérola negra
baixo: francisco xavier, o xaxarlatão

um nóia já ancião
e dez homem de fé
disputam territórios
no marco zero da sé

pútrida a noite descai
fedem na praça da sé
um cheiro secular
que nunca se esvai
de mijo, bosta e chul
akira – 04/07/2013.

conjuntivite


vinte e oito anos de casa
nenhum afastamento médico
ser derrubado agora
por uma conjuntivite
é mesmo o fim da picada

já se passaram sete dias
e o pior é que só agora
começou a fase da dor
e purgação depurativa

os cuidados de praxe
com limpeza e higiene
colírio e compressa fria
o oftalmo prescreveu

- mas o remédio principal
para uma cura mais rápida
não esqueça um segundo
é o excesso de paciência

aakira - 05/11/2014.

um pouco de história


uma foto dos tempos heróicos do lendário circo cultural
do mpa, em uma agenda onde recebemos em são miguel
o ator, autor e diretor de teatro gianfrancesco guarnieri.
no fim acabou não prestando porque tudo acabou no bar
do primo e para conseguir acompanhar guarnieri nos
uísques nem mesmo todos nós juntos: edvaldo santana,
sacha arcanjo, tiziu, célia cabelo, assis, eu e outros que
não lembro nomes agora.

29º sarau da casa amarela




29º sarau da casa amarela
raberuan vive! viva raberuan!

data: 09/11/2014
horário: a partir das 15h

local: casa amarela
        rua julião pereira machado, 07
        são miguel paulista – são paulo
        (rua do colégio hugo takahashi, próximo à sabesp)

convidados especiais:

1. banda musical em mi
2. marcia barbieri: lançamento do romance "a puta"
3. josé pessoa: lançamento de "esta é minha história"

realização:

. oficina cultural luiz gonzaga
. casa de farinha
. casa amarela

microfone aberto
traga sua canção e sua poesia
traga sua emoção e sua alegria
quem vier será bentivindo

césar


sonhei essa noite
com césar baiano
em seu leito de morte

tomei as suas mãos
olhei em seus olhos
e apenas pedi perdão

o que não pude
fazer em vida

akira – 28/10/2014.

28º sarau da casa amarela


raberuan vive! viva raberuan!

data: 09/11/2014
horário: a partir das 15h
local: casa amarela
rua julião pereira machado, 07
são miguel paulista – são paulo
(rua do colégio hugo takahashi, próximo à sabesp)

convidados especiais:

1. banda musical em mi
2. marcia barbieri: lançamento do romance "a puta"
3. josé pessoa: lançamento de "esta é minha história"

realização:
. oficina cultural luiz gonzaga
. casa de farinha
. casa amarela

microfone aberto
traga sua canção e sua poesia
traga sua emoção e sua alegria
quem vier será bentivindo

senda, de ronaldo ferro, francisco xavier e akira yamasaki


tô vendo que "oliveiras blues" vai ficar simples e básico e ao
mesmo tempo meio cabeça e visceral, sem perder a ternura
e a emoção jamais. "oliveiras blues" será um cd com o jeitão
e o conceito "cabras de baquirivú" de fazer música e trará
canções minhas com um monte de parceiros da estirpe dos
baitas, a saber: evandro navarro, eder lima, ligia regina,
fernando tavares, tarcísio hayashi, edvaldo santana, adilson

aragão, francisco xavier, ronaldo ferro, josé carlos guerreiro
e assis freitas. antes de ontem encomendei para o xaxá e o
ronaldo ferro que musicassem o poema "senda" para que
a canção ficasse como abertura e cartão de visitas do cd
"oliveiras blues" que irá como encarte do meu novo livro
do mesmo nome e senti naquele momento que o ronaldo
torceu o nariz como que dizendo que era meio impossível
musicar estes versos. mas quando cheguei ontem à noite
a canção já estava bem adiantada com melodia do super
xaxá, e quer saber? - gostei muito do resultado.


senda

voz e guitarra: ronaldo ferro
baixo: super xaxá
puff: pérola negra
filmadora: akira tarantino

Ainda que eu só tenha
Olhos cegos pela venda
E só possa seguir você
Não sigo por sua senda

Ainda que eu só tenha
Para o amor e contendas
Mãos nuas, desarmadas
De ouro, poder e rendas

Ainda que a fome torture
E a sua mão me estenda
E ofereça a sua sopa
Não durmo em tua tenda

E tô me lixando muito
Pra placa de compra e venda
Me lixando sim, quer saber?
Pros heróis da sua lenda

miyuki 22


óieuaí com os cabras de baquirivú compondo
o repertório para o "oliveiras blues", cd/encarte
do meu novo livro com mesmo nome

miyuki (22)

autoria: francisco xavier, ronaldo ferro,
           fernando tavares e akira yamasaki
voz e violão: ronaldo ferro
vídeo: francisco xavier

Te amo muito mais
Do que este vira latas
De olhos tristes
E apenas três patas
Que cheira e lambe
O caldo que respinga
No chão da máquina
De assar frango
Na porta da padaria
Rainha do oliveiras
Domingo de manhã
Domingo de manhã

Te amo muito mais
Do que este vira latas
De olhos tristes
E apenas três patas
Que cheira e lambe
O caldo que respinga
No chão da máquina
De assar frango
Na porta da padaria
Rainha do oliveiras
Te amo muito mais
Domingo de manhã

meu amor


Ontem, com o poema do Akira Yamasaki no carro
veio-me uma melodia que foi tratada pelo Ronaldo
Ferro no mesmo dia e já está no repertório do CD
Oliveiras Blues. Espero que gostem.
Xavier - 21/10/2014.

Meu amor

Autoria: Akira Yamasaki, Xavier e Ronaldo Ferro

Meu amor navega
O mar negro do inferno
Pântanos coalhados
De almas condenadas
Por crimes hediondos

Meu amor habita
Cortes enferrujados
De facas tetânicas
E gazes infectadas
Dos lixos das UTIs

Meu amor trafega
Contramão de rodovias
Coaguladas de pedaços
De cães atropelados
Rotas de traficantes

Meu amor escorre
No esgoto de escarros
Latrinas de catarros
Dos viciados crônicos
Em crack, beck, cocaína
Bebidas e cigarros


de limpador ligado


fazia muito tempo
que eu não ouvia
o tranco do trovão

fazia muito tempo
que um relâmpago
não riscava o céu


fazia muito tempo
que eu não ligava
o limpador de para brisas

fazia muito tempo
que clarice não chegava
debaixo de chuva

fazia muito tempo
que um raio estranho
não caia nas minhas costas

akira – 19/10/2014.

cachorro louco


"cachorro louco" é mais uma canção para o
repertório do cd "oliveiras blues", dos "cabras
de baquirivú", que irá encartado no meu novo
livro de mesmo nome.

cachorro louco

de akira yamasaki e gildo passos
releitura de ronaldo ferro

você passou por mim
e até falou comigo
me abraçou e disse
bom dia, meu amigo

logo cedo de manhã
eu estava bem ali
no sol do esquecimento
por isso não percebi

compadre, me desculpe
eu estava ali por perto
e não tinha consciência
do errado nem do certo

depois de velho a gente
vira refém da memória
o cachorro louco late
mas não narra a história

grão de areia


sou um ponto negro
na escuridão furiosa

um voo de luz imunda
na claridade impiedosa

só um pássaro sem voz
na eternidade silenciosa

só uma gota no mar
só um grão de areia

sou um cão solitário
uivando na lua cheia

akira – 16/10/2014.

a puta na casa amarela


comadres e compadres, aí vai uma dica imperdível:
o 28º sarau da casa amarela fará o lançamento do
romance "a puta", de márcia barbieri, no dia 09/11,
a partir das 15h na casa amarela, no evento em
homenagem ao cantor e compositor raberuan, com
organização da oficina cultural luiz gonzaga, da casa
amarela e da casa de farinha.


"Mas eu vou além, eu digo mais, eu digo que o homem
será transformado na vagina de uma puta. O homem
será só um oco no meio das pernas de uma puta. E
então, ele se livrará de seus pecados e gozará na
mandíbula do monstro." (A PUTA)

oliveiras blues


quando ouvi esta canção de autoria de francisco xavier,
ronaldo ferro e fernando tavares, composta sobre alguns
fragmentos de um poema meu, o "oliveiras blues" - na
verdade a maior parte da letra é do xavier e eu entrei
apenas com o título e os versos finas da canção, não tive
dúvidas e convidei de bate pronto o pessoal dos "cabras
de baquirivú" para criar o conceito musical e gravar o
cd encarte do meu novo livro, o "oliveiras blues".

oliveiras blues

autoria: ronaldo ferro, fernando tavares, francisco xavier
           e akira yamasaki

porque cheguei tarde
tomei um fora da minha nega
baby, bebi, é verdade
agora, nega, não vou negar
no tapete da sala
dormindo aprendi
que o homem sem amor é nada
não sou mais o mesmo
a alegria foi despejada
baby, bebi, é verdade
agora, nega, não vou negar
moro bem longe pertinho do fim
moro na periferia de mim



degenerado


aí vai uma canção degenerada e lenta
como o delírio de uma lesma mutante.
mais uma canção para o oliveiras blues
marcada com o carimbo de qualidade
dos cabras de baquirivú. uma canção a
mais para meu novo livro/cd, o oliveiras
blues, que trará parcerias essenciais
com tarcísio hayashii, ronaldo ferro,
francisco xavier, josé carlos guerreiro,
éder lima, gildo passos, lígia regina,
edvaldo santana, adilson aragão,

assis freitas e um parceiro que ainda
nem conheço - o fernando tavares,
dentre outros. tô babando de ansiedade
para ver este trabalho acabado.


akira - 15/10/1914.


Degenerado

Música: Francisco Xavier, Fernando Tavares e Ronaldo Ferro
Letra: Akira Yamasaki
 
Sou o sonho ruim
Do anjo mutante
Que se protege de mim

A mosca pousada
Na cabeça degolada
Exposta no jardim

A foto preto e branco
Do vivo ou morto
Que procura a si

O verme degenerado
Que habita o coração
Dos medos mais vis

Sou aquele que ensina
Que lá na frente
Não existe o sim

Sou aquele que ensina
Que de repente
Só existe o fim



aconteceu no 28º sarau da casa amarela


um presente de inês santos, outro de euflávio góis
este é o tipo do momento e de situação onde só
cabe uma palavra: obrigado!


Num canto
Da Casa Amarela
Ontem
Chegou

“Um homem agachado”
Assim o chamou
Seu criador
Penso
que
:
Matutará
Versos
E cantos
diversos
Calado em madeira
Lá permanecerá
Recebendo o olhar
De quem chegar

Inês Santos
13.10.2014
Para o Poeta e Escultor Euflávio Madeirart que fez
a doação deste belo trabalho para a Casa Amarela!

"homem agachado" - escultura de euflávio góis, doada para a casa amarela


euflávio


euflávio góis realizou uma exposição de esculturas
em madeira na casa amarela no período de julho a
outubro de 2014, na casa amarela, que teve ontem
o seu encerramento. uma exposição de esculturas
impressionantes e impactantes, obras que recriam
na madeira seca a dureza e o sofrimento do homem
brasileiro. só de pensar que euflávio migrou menino
ainda para sampa vindo do sertão da bahia - sou o
último pau de arara, ele costuma dizer, e aqui fez de
tudo para sobreviver, dentre outras coisas trabalhou
como metalúrgico e monitor da fundação casa até
se aposentar. só de pensar que euflávio foi aprender
escultura aos sessenta e poesia aos setenta anos
de idade não tenho dúvidas em afirmar que tenho a
maior admiração por ele e o maior orgulho por ter a
sua amizade que é recente mas já é um afeto caro
e emocionante. obrigado, euflávio, aceite um grande
abraço do akira, meu compadre.


akira - 13/10/2014.

carlos


se ficarmos
sem respirar
apenas morremos

se não tivermos
carlos moreira
não vivemos


akira - 10/10/2014.

aí vem o 28º sarau da casa amarela


dias iguais


estou preparando o meu novo livro/cd que vai
se chamar "oliveiras blues", e deverá ser lançado
no 1º semestre de 2015. para composição deste
trabalho será gravado um cd pelos meus amigos
e comparsas "cabras de baquirivú", com poemas
meus musicados por diversos músicos que
cruzaram e partilham a minha senda e destino.
o arrepiante blues a seguir é uma parceria com
meu compadre josé carlos guerreiro que estará
no repertório de "oliveiras blues"

dias iguais

música: josé carlos guerreiro
letra: akira yamasaki
com: cabras de baquirivú

quando na noite profunda
meu coração está cansado
e minha alma sem salvação
devorada pelo silencio jaz

deito no travesseiro a cabeça
e de olhos fechados projeto
em câmera lenta os filmes
dos meus dias sempre iguais

afirmo que fiz tudo que pude
mastigo perdas e fracassos
as mesmas pequenas alegrias
inúteis, desprezíveis e banais

pois que a sina que cumpro
é de pássaro e não de cais
é de vento e não de pedra
é de guerra e não é de paz

akira – 12/09/2013.

nunca vou esquecer hoje (31)

Não consigo pensar em Akira Yamasaki sem lembrar ou 
associá-lo à Casa Amarela. Não consigo entender Akira 
sem seus amigos, seu bairro; impossível como pensar 
um samurai sem sua espada - nesse caso a poesia 
cortante e milenar do amigo. Diante de tantas 
homenagens que o mestre samurai recebeu, não podia 
me calar (ainda vivendo cá o meu auto exílio), e fica 
portanto, minha pequena, mas sincera homenagem à 
Casa desse homem maior que tudo.

Marcelo Adifa.
 

a gripe, por gilberto braz


contaminei gilberto braz e todos os meus amigos
com a minha gripe pavorosa. sou assim mesmo: não
basta ser amigo - tem que ser solidário até na gripe.

A gripe

Primeiro ela
derrubou o bom japa
por semana e meia
o samurai de São Miguel
lutou contra calafrios
e suadouros
que ensoparam
até o seu perfil no feice
Sábado passado
apesar do resquício
Foi honrar compromisso
o samurai
No sarau da Maria
Trouxe-a consigo
enfraquecida pelos antibióticos
No abraço fraterno
deixou-a comigo.
Sem problemas,
ainda que seja uma gripe
vindo dos baitas
não deixa de ser uma honra

Gilberto Braz.

de penetra na foto dos kabras de bakirivú


foto histórica no sarau da maria de 27/09, e eu
de penetra no instante fecundo. de penetra, não,
porque agora virei compositor dos cabras.