A estrela da felicidade iluminou a Casa Amarela
A Casa Amarela, em São Miguel Paulista, mais uma vez ficou repleta de
gente na tarde deste domingo, 13 de abril. Lotou e quem lá foi não se
arrependeu. Vivemos momentos inesquecíveis de poesia, música, de encontros, amizades e reencontros. E essa coisa bonita que ocorreu mostra que a vida tem jeito, sim.
Para começo de conversa, Vlado Lima relançou o seu lendário livro de
poesia “Pop Para-choque”, numa cuidada edição produzida pela Editora
Patuá.
Vlado, que é considerado um dos maiores divulgadores de
poesia, através dos saraus, sendo um dos iniciadores em São Paulo, dessa
saudável atividade, apresentou alguns poemas do livro ao atento
público. São poemas marcados pelo tom debochado, pelo humor ácido diante
atribulações cotidianas, das injustiças, dos desencontros da vida e do
amor e onde, de repente, aparece, quase de contrabando, um toque de
lirismo e de ternura pela dor e o sofrimento humano. Esta é uma primeira
impressão – cabe registrar- feita ainda no calor do acontecimento, mas
de posse de um exemplar do livro, vou ler com o maior cuidado. Aliás,
todos os exemplares do Pop Para-choque levados pelo autor foram
vendidos.
O Grupo Ururaí
Outro grande momento do Sarau da
Casa Amarela foi o propiciar o reencontro dos integrantes do histórico
Grupo Ururaí, conjunto musical formado na década de 90 no Itaim
Paulista, cuja característica era o excelente repertório e a apurada
qualidade musical.
Vimos e ouvimos encantados, Cida Camargo, Celina
Sales, Janete Braga, Ojana Gouveia, Ademar Silva Neto e Mauro José Paes
(Mauro Delegado). Este, num inusitado acontecimento, saiu da toca e
pudemos revê-lo e ouvi-lo tocar. Eu, particularmente, não o via há uns
20 anos.
O reencontro, o clima festivo, a magia do raro momento
superou a falta de qualquer ensaio do grupo, que se desfez há alguns
anos. A gente teve instantes que parecíamos estar no sétimo céu.
Mas teve mais, muito mais. Muitos músicos, poetas, gente de inegável
talento e dedicação à arte nos ofertou um pouco do muito que faz. Em
meio a tudo isso, meu velho compadre, o tio Akira, me pede um registro
da noite. Como não esperava a tarefa, não anotei nomes das pessoas,
detalhes do encontro, mas registro a minha impressão.
Foi muito bom,
emocionante. A estrela da felicidade irradiou seu brilho no coração de
quem esteve na Casa Amarela e saímos todos de lá envoltos nessa
sensação mágica que na falta de uma definição melhor chamaremos de
estado de graça.
João Caetano do Nascimento.