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o meu amor
meu amor navega
o mar negro do inferno
pântanos coalhados
de almas condenadas
por crimes hediondos
meu amor habita
cortes enferrujados
de facas tetânicas
e gazes infectados
dos lixos das uteís
meu amor trafega
contramãos de rodovias
coaguladas de pedaços
de cães atropelados
rotas de traficantes
de órgãos comprados
na bacia das almas
meu amor escorre
no esgoto de escarros
e latrinas de catarros
dos viciados crônicos
em crack e heroína
em bebidas e cigarros
meu amor mergulha
em sangues de abortos
vazamentos de ácidos
e juras de inocências
de pedófilos e estupradores
diante das suas vítimas
meu amor ejacula
pus escuro e denso
de cotos gangrenados
e tecidos necrosados
de ossos cancerígenos
meu amor clareia
desatinos completos
e chãos de perdas
onde apodrecem fetos
meu amor ilumina
sombra de incertezas
que abrigam desafetos
onde mãos de pedras
despedaçam afetos
akira – 18/03/2014.
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