segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

resenha de alexandre kishimoto sobre o blablablá de 22/04/2014.


Sábado tive a alegria de conhecer o coletivo da A Casa Amarela - Espaço Cultural, que reúne escritores, músicos, educadores, cineastas e pensadores da região de São Miguel Paulista. Encontrei gente de várias idades, conheci pessoas incríveis e pude reencontrar professores da rede pública da ZL - Inês Santos, Josafá Pereira da Silva, Célia Carvalho e Zulu de Arrebatá - que nos anos 2000 participaram comigo de uma experiência de apropriação do audiovisual nas escolas (foi neste contexto que conheci o grande cineclubista João Brito).

Conversamos sobre muitos assuntos, como a formação de público para a produção audiovisual independente, o papel dos educadores e alunos neste processo, a exibição de filmes como ato coletivo, ritual e reflexivo, a pesquisa sobre as salas de cinema japonesas do bairro da Liberdade, e o desafio de mobilizar os talentos da região (músicos, escritores, atores, fotógrafos, realizadores de audiovisual) para se contar, por meio de imagens e sons, as histórias locais.

Desde 2000 venho percebendo uma revolução cultural em curso, produzida por coletivos nas periferias urbanas de São Paulo. Saraus literários, grupos de teatro, apresentações musicais, hip hop, publicação e lançamento de livros de autores de várias regiões da cidade, produção e exibição de vídeos locais, reflexões, debates e construções colaborativas. Essa revitalização cultural é obra de coletivos como este da Casa Amarela que funcionam de forma comunitária, não de grandes instituições (empresas, ongs, governo) ou de políticas públicas (a função da política pública é apoiar coletivos como este).

Saúdo o pessoal da Casa Amarela pela oportunidade deste diálogo: Akira Yamasaki, Célia Yamasaki Silva, Sueli Kimura, Escobar Franelas, e o pessoal muito bacana que participou do Blábláblá. Muito obrigado!

kishimoto na casa amarela


sábado na casa amarela
alexandre kishimoto ganhou
agrados e afetos das belas

 

resenha de escobar franelas sobre o blablablá de 22/04/2014.

1º Blablablá do ano: como foi?

Posso iniciar esse rascunho falando uma besteira enorme (minha especialidade, aliás), mas uma das coisas que tenho mais curtido nos últimos tempos é “antes e depois” dos eventos na Casa Amarela. Além dos próprios eventos, é claro!
Ontem (22 de fevereiro), por exemplo, para a primeira edição do Blablablá em 2014, convidamos o antropólogo e pesquisador Alexandre Kishimoto, autor do livro “Cinema Japonês na Liberdade” (Ed. Estação Liberdade), o cineasta João Brito e a professora e também cineasta Inês Santos para um bate-papo com o público
Antes, porém, a conversa informal rolou solta. Angel e Fábio, representando a Estação Liberdade, montando um pequeno estande dentro do espaço, com muitas obras do cast da editora, foram os primeiros a chegar. O insuperável café da Celinha Yamasaki operava suas maravilhas no olfato da audiência, havia uma grande dispersão no ar, grupos animados confabulavam e rolava uma intensas troca de ideias, números de celulares, cartões de visita e abraços. Aos poucos a Casa foi enchendo, ganhando gente...
Dada a hora a mais nas conversas, eis que iniciamos o evento, com o violão primoroso de Éder Lima acompanhando a voz maviosa de Lígia Regina, sua musa e intérprete refinada. Estava dada a largada.
Convidados a se apresentarem, Inês, João e Alexandre não se fizeram de rogados. Compartilharam suas experiências, lançaram propostas, criticaram, sugeriram. Somaram, multiplicaram.
Já na apresentação, João Brito (de filmes como "Botinas no Elevador" e "Futricando na Vila Mara", "independentes", entre outros), soltou essa: “cursei Eletrônica. E usei a Eletrônica para entrar no mundo do cinema”. E confessou mais, “tinha uma loja onde arrumava projetores”. No seu turno, Inês sentenciou que “a minha experiência com o cinema marcou a minha relação com a arte”. sobrava ironia em um, poesia em outra.
Logo os convidados começaram a ser inquiridos por uma platéia vibrante e curiosa, num diálogo prazeroso, onde a troca de experiências e profusão de idéias foi o tônus vital. No meio do burburinho de perguntas e respostas, em dado momento Alexandre Kishimoto foi questionado sobre como nasceu seu interesse pelo cinema japonês enquanto investigação antropológica e sociológica. E ele, com argúcia fundamentada e calma zen, mandou essa: “o cinema japonês era uma ritualização. Ir ao cinema na Liberdade era um evento social e cultural”.
Esse foi, segundo o pesquisador, um dos motes para sua pesquisa. Outros, ainda segundo Alexandre, têm a ver com suas origens nipônica, a paixão pelo cinema e a procura pelo entendimento dessa força avassaladora, que era o cinema de rua até algumas décadas atrás. Em seu livro “Cinema Japonês na Liberdade”, ele afirma que na década de 1950, o bairro da Liberdade, em São Paulo, chegou a ter quatro salas de cinemas dedicadas exclusivamente ao cinema japonês. Fato que ele confirmou durante sua palestra no Blablablá.
Com poucas divergências em seus apontamentos, os três convidados ainda assim reafirmaram suas personalíssimas observações. Como a dedução arguta de Inês,quando falava de seus conhecimentos do universo infantil. “A arte, na educação, não tem reconhecimento. Nem valor de conhecimento”, lamentou ela. E o inflamado João Brito, ainda falando de suas iniciações, lembrou que quando estudava Rádio e TV, no SENAI, paradoxalmente, não tinha tv em casa.
E já que estamos voltando às memórias iniciais do encontro, vale lembrar que depois do questionamento de Carlos Bacelar, músico, que logo na primeira rodada de participação do público, perguntou a Kishimoto sobre o porquê de seus estudos étnicos brasileiros, este afirmou: “porque as comunidades negras e suas manifestações podem ter várias citações em São Paulo e Rio de Janeiro, mas localmente, fora dos grandes centros, elas sofrem muito, principalmente a intolerância religiosa”.
O balanço final do Blablablá indica que o caminho que a Casa Amarela está fazendo, oferece alguma luz, indica possíveis saídas e propõe portas de entrada. Se pudermos usar este primeiro encontro como exemplo, é plausível que acreditemos que outros significarão ainda mais possibilidades, no cardápio que estamos propondo para a cultura e a sociedade de São Miguel, de São Paulo, do Brasil e do mundo. Pois inteligências como as de Inês Santos, Alexandre Kishimoto, João Brito e do inquieto e vário público não podem ser desperdiçadas. Elas somam. E multiplicam.
Ah, sim, depois do apito final, ficamos mais de uma hora entre cervejas, café, petiscaria e papo a granel. E o rico sortimento literário que a editora Estação Liberdade trouxe para a casa. Eu mesmo voltei pra casa com 6 livros novos.

ESCOBAR FRANELAS

obrigado, inês santos e joão brito, arigatô, kishimoto-san


considero que foi histórico o 1º blábláblá de 2014,
roda de conversas que aconteceu no dia 22/02,
sábado passado, com participação de inês santos,
joão brito e alexandre kishimoto que debateram,
mediados de forma tranquila por escobar franelas,
dentre outras coisas, além de cinema, controle
econômico e ideológico da produção e distribuição,
a produção audiovisual independente. considero
que foi o mais produtivo dos blábláblás realizados
até hoje porque além da riqueza das informações,
conceitos e idéias produzidos pelos debatedores e
público presente no calor das conversas apontou
um caminho claro e turvo a ser seguido: o domínio
das técnicas e ferramentas para criação e produção
audiovisual como instrumentação para nós mesmos
escrevermos e contarmos a nossa história.

akira – 24/02/2014.




21º sarau da casa amarela


comadres e compadres , vem aí
o 21º SARAU DA CASA AMARELA

data 16/03/2014 – domingo
horário 15h
local casa amarela espaço cultural
rua julião pereira machado, 07
são miguel paulista – são paulo
(rua do colégio hugo takahashi
próximo à sabesp)

convidados especiais

. zulu de arrebatá – cantor e compositor

. márcia barbieri – escritora
(lançamento do livro “mosaico de rancores)

. daniel lopes – escritor
- lançamento do livro “fruta”

. fernando rocha – escritor
- lançamento do livro “sujeito sem verbo”

quem vier será bentevindo
quem chegar será benchegado
palco livre e microfone aberto
a todas as linguagens da arte
traga sua canção e sua poesia
venha celebrar mais uma vez
a amizade e a alegria.


 

domingo, 23 de fevereiro de 2014

inquieto


prossigo adiante
com passos firmes
e a manhã é imensa
sem compaixão e clara

prossigo apesar
de nunca estar só
acompanha-me fiel
um cão de guarda
uma sensação suja

prossigo a despeito
do fio solto em algum lugar
e do pássaro que levanta voo
sem razão identificada

prossigo ainda
que um olho falhe
o outro desconheça
e a bala se perca

akira – 22/02/2014.

ganhei de peresente de éder lima


Receptáculo das dores,
sentimentos
E proezas heroicas
De personagens míticos do mundo Itaim
Alter ego dos meninos que dormem em sono profundo
Em suas posturas indiscretas

Porta voz das meninas que admiraram estrelas
E tocaram o céu
Em alguma praça da sé celestial

Mensageiro dos craques
Dos campos de terra
Dos times de várzea
Sem vozes

Embaixador da cultura do gueto
Expressa nos cantos
Impressos em trilhas
Sonoras
Que escoam nos ralos da indústria
Desembocando em bueiros
Casas de farinha
Cintilantes pedras preciosas
Navalhas cortantes

Seus versos
Libertam

Fantasmas
Submersos
Emergem

Eder Lima

Com Akira Yamasaki depois de Puruba -2014

Acrílica sobre tela
20x20 cm
Eder Lima.

dormentes


calam-se dormentes
em seu descanso de pedras
deitados entre os jardins
helena, noêmia e romano

alastram-se adormecidos
em seu leito ferroviário
em completa solidão
e silencio tão surdo

dormem como uma criança
os jardins das oliveiras
e o itaim paulista completo

dormem em silencio tão limpo
que não sei mais a diferença
entre silencio e esquecimento

akira – 20/02/2013.

aconteceu no 20º sarau da casa amarela (7)


eis mais uma legítima canção de ceciro cordeiro, que
mistura ritmo empolgante e envolvente com versos
inesperados, inusitados e enigmáticos. o momento foi
capturado pela famigerada e temida maquineta rúbia
de carlos alberto rodrigues, vulgo big charlie.

chapéu de potosi


andré trouxe pra mim da bolívia
um chapéu comprado em potosi
de algumas índias véias mineiras
que diziam compre aqui e não ali


akira - 19/02/2014.

o jardim de hideko, de francisco xavier


acordei num imenso vazio
abri a porta e vi

flores orvalhadas
no teu jardim

transbordei, você
não nos esqueceu

aquelas flores eram
teus olhos, tua voz e

todo aquele orvalho
Hideko, eramos nós

.

.
xavier 19/02/14

jardim de hideko (16)


no jardim de hideko hoje
foi eleita estrela da manhã
uma primavera desajeitada

tímida demais e tão solitária
saudou-me rosa ao me ver:
bem-ti-vindo, meu compadre

akira – 18/02/2014.

corvos e gatos




tenho a maior simpatia
comadre zélia guardiana
pelos corvos e gatos pretos

bentevis deitam na cama
cegonhas roubam o mingau
e os coitados levam a fama

akira – 18/02/2014.
 

a casa amarela - espaço cultural, orgulhosamente estará
presente com exposição de lígia regina, poeta e artista
plástica da estirpe dos baitas, na casa das rosas, no evento
"fanzinada - comemoração dia da mulher". tenho o maior
orgulho de você, minha mega, maga e meiga amiga lígia,
queria ter uma filha assim. boralá todo mundo fortalecer
este evento, valeeeeuuuuu, thina curtis, um beijão, minha
comadre.

20º sarau da casa amarela - resenha de escobar franelas


Mais de 100 pessoas. Umas chegaram antes mas foram 
embora no meio. Outras chegaram na metade e foram 
embora depois do fim. Muitas chegaram depois e saíram 
antes. E muitas, muitas outras chegaram antes e foram 
embora bem depois. Não importa. Foram 4 horas de 
evento no caldeirão da Casa Amarela. Quem resistiu, 
comeu as cerejas do bolo. Quem insistiu, também 
participou do culto festivo à deusa Poesia, ao seu modo, 
do seu jeito, da maneira que achamos que pode ser. Foi 
assim o 20º Sarau da Casa Amarela.

Uma tarde de domingo, atípica, a primeira em que Hideko, 

mãe de nossa queridíssima Sueli Kimura, era celebrada 
como “kami”, como insistiu Akira na abertura. O poeta,
 mentor e organizador do “sarau da amarela”, lembrou que 
na tradição oriental ela, tornara-se flor, nuvem, sol, lua, 
poesia! E nós ali, capitaneados pela poesia lírica, urgente, 
pungente Éder Lima, Sacha Arcanjo e do próprio Akira, 
rendemos nossos pensamentos à matriarca que tornou-se 
estrela nessa semana.

Emocionado, o japa não agüentou o tranco e cedeu o
microfone para que eu e Ligia Regina tomássemos conta 
do evento. Desconfio que deram bala pra criança.
Fizemos, né, Lígia? Fizemos, do nosso jeito. Quer dizer, 

sem jeito.
O convidado especial dessa 20ª edição do Sarau da Casa 

Amarela era o cantor, compositor, enigmático e performático 
Ceciro Cordeiro. E foi assim, de forma inusitada, que ele 
subiu ao palco acanhado da casa, pequeno para seu 
tamanhão, ali cantou e contou histórias, desde lá lonjão, 
quando, na década de 1970, começou a cantarolar, 
influenciado pelos repentistas e pelo canto das lavadeiras 
de seu Pernambuco natal, cismou que queria cantar.
 

A tarde avançava acelerada, na música lépida de Ceciro, 
quando este cedeu seu banquinho para um desfile de 
pérolas e outras pedras preciosas. Atendendo ao convite, 
vieram Sandra Frietha, Luka Magalhães, Lígia Regina e 
Eder Lima, João Caetano, Alexandre Santo, Seh M. 
Pereira, Paulinho dhi Andrade, Gilberto Braz, Kita (do 
Sarau da Maria), o cordelista Costa Senna (chegando de 
shows no Ceará direto pra CA), mais a dupla Brener e 
Juliana (e seu trompete).

Da tchurma do Hospício Cultural, chegaram chegando 

Bruno Azenha, Lucas Afonso, Rafael Carnevalli, Daniele, 
Cabelo, Tiago, Karoline, Pinga, Rodrigo e Felipe.
E teve ainda Manogon, Akira, Romildo de Souza (e seu 

violão sempre suingado), Os Kabras de Baquirivú (Ronaldo
Ferro, Joaquim Lima, Xavier, Quinho, Pérola Negra, mais a 
participação especial de Beto Rios), Tião Baia (com a 
participação especialíssima do Camacho, assinando pela 
primeira vez a lista de presença na CA), Gildo Passos 
(sempre o epicentro do carisma), acompanhado de Marcel 
Acauã, e eu, em algum momento que o som falhou, 
embromando nuns poemas dispersos, para entreter a platéia.
Não bastasse a alegria da celebração, o cantor, compositor, 

arranjador e produtor Lucas Cabral (parceiro do Xavier em 
outros projetos na Casa de Farinha), fez um belíssimo 
trabalho de captação de áudio para que o registro vire um 
cd, a ser divulgado em breve.

O Sarau também rende loas, palmas e outros xavecos aos 

Big Charlie, Carlos
Scalla, Luka Magalhães, Célia Ribeiro, Xavier e tantos outros 

que nos eternizam com suas inseparáveis câmeras, que tudo 
veem e registram. Também endereçamos beijos, abraços e 
afagos à Célia e Clarice Yamasaki, além do grande e 
onipresente Henrique Gabriel, autêntico estafe 5 estrelas.

Quer dizer, o ano mal começou e podemos deduzir que os 

primeiros gols já foram feitos. E, em ano de copa do mundo,
vamos lutar para que a poesia, a arte, ganhem de goleada. 
Invictas. (Escobar Franelas)

blablablá com alexandre kishimoto, joão brito e inês santos


obeso


ai, quem me dera
se minha poesia crescesse
conforme minha barriga


akira - 17/02/2014.

(foto de landy freitas).
 

sábado, 15 de fevereiro de 2014

queila


prazer e liberdade
vieram morar no corpo
e no coração de queila

assim como habitaram
uma mulher do meu tempo
cujo nome era leila

akira – 15/02/2014.


desatando rumos


não quero mais
amarrar os laços
apertar os rumos
nem ser razoável

não quero mais
possuir as culpas
habitar os medos
nem ser normal

não quero mais
vestir máscaras
cultivar fachadas
nem ser aceitável

de hoje não passa
queimo a gravata
descalço sapatos
troco por chinelos

de hoje não passa
solto os cabelos
mergulho num rio
abro uma cerveja

akira – 14/02/2014.

blablablá na casa amarela


data: 22/02/2014 às 16h
local: casa amarela
endereço: rua julião pereira machado, 07
são miguel paulista - são paulo (próximo à
sabesp e em frente ao colégio hugo takahashi)

comadres e compadres, o primeiro blablablá de 2014
está simplesmente imperdível e vai debater a produção
audiovisual independente com três feras no assunto:
alexandre kishimoto, joão brito e inês santos, que
serão mediados pelo sempre equilibrado e eficiente
parceiro escobar franelas. confiram os perfis dos
convidados e não deixem de participar de mais este
evento da casa amarela. divulguem e compartilhem.

ALEXANDRE KISHIMOTO é mestre em Antropologia Social
pela Universidade de São Paulo, pesquisador especialista
em cinema e antropologia. Integra o Grupo de Antropologia
Visual da USP e atua em projetos culturais e educativos em
coletivos como a Associação Cultural Cachuera! e o Núcleo
Hana de Pesquisa e Criação Teatral.
É autor do livro CINEMA JAPONÊS NA LIBERDADE, publicado
pela editora Estação Liberdade em 2013, com o apoio da
Fundação Japão e da Fapesp (Fundação de Amparo à
Pesquisa do Estado de São Paulo). Prêmio especial (língua
portuguesa) do Prêmio Literário Nikkei 2013 (Bunkyo -
Sociedade Brasileira de Cultura Japonesa e Assistência
Social.)

INÊS SANTOS: Pedagoga, Psicopedagoga, ocupou-se de
estudos, projetos, cursos de leitura e de produção de
audiovisual, envolvendo o cinema e vídeo brasileiros na
educação, no período de 2001 a 2008.
Realizou o videodocumentário “Mais que um número”, que
foi exibido na 19ª Mostra do Audiovisual Paulista de 2005,
no circuito PopCine da Secretaria Estadual de Cultura de SP,
na Rua Maria Antônia, região central da capital paulista em
2006, na mostra de Cinema da Quebrada em 2005,
realizada no Centro Cultural São Paulo e outras.
Participou também da realização de outros documentários.
Trabalhando na rede municipal de ensino de São Paulo,
realiza ações e reflexões, envolvendo arte, ensino e
aprendizagem, entre elas a relação cinema e educação.

JOÃO BRITO (João Luiz de Brito Neto), nasceu em Mirante do
Paranapanema, São Paulo, em 1955. Em 1969, passou a
morar em Ermelino Matarazzo.
Estudou no Grupo Escolar Francisco Matarazzo. Ao lado, tinha
um cinema em que nunca entrou, mas quando saia da escola
recolhia do lixo de lá, as pontas de filmes e chegando em
casa, com uma caixa de sapatos uma lâmpada e uma lupa,
fazia a projeção.
Conheceu o cinema mesmo só aos 14 anos, quando cabulou
aula e foi conhecer o maior cinema da América Latina na
época, o Cine Piratininga no Brás.
Estudou Rádio e TV no SENAI e posteriormente Técnico em
Eletrônica.
Durante o final dos anos 70, consertava projetores e
filmadoras na Boca do Lixo, em SP. Virou cineclubista, diretor
da Federação Paulista de Cineclubes.
Depois passou a produzir seus trabalhos nos anos 80. O
primeiro curta foi produzido em Super-8, “1º de Outubro”.
Depois vieram “Não São Anos Os Que Comem Com Deus”,
“Boiporão”, “Mãos Que Trabalham”, “Contos Cubanos”,
“Pedra Velha”, “Trilhos da Memória”, “Botinas no Elevador”,
“Viagem do Peru” e “Futricando na Vila Mara”, sobre a vida
de Hermeto Paschoal quando morava em São Miguel
Paulista., lançado no ano passado.
Está editando o documentário sobre o movimento cultural dos
anos 80 e 90 na zona leste, em parceria com o movimento
Cultural Penha de França.


jardim de hideko (15)


sempre era uma festa
quando hideko chegava 

no seu jardim escoltada 
por guarda eficaz composta
de abelhas operárias e colibris
para regar suas plantas

akira – 14/02/2014.



aconteceu no 20º sarau da casa amarela (6)


um tsunami de poesia comovente e arrebatadora
de nome costa senna varreu a casa amarela no
domingo passado. foi arrepiante e não restou
pedra sobre pedra após sua passagem. ainda
bem que carlos, o abutre, estava presente no
local com sua famigerada e temida maquineta
rúbia e registrou o momento exato para não me
deixar mentir.



aconteceu no 20º sarau da casa amarela (5)


o poeta essencial e grande cantador ceciro cordeiro
foi o convidado especial do 20º sarau da casa amarela
no domingo passado - 09/02/2014, onde ele falou um
pouco da sua vida e carreira artística. de quebra ele
cantou algumas canções que emocionaram a plateia
presente, como esta, capturada pela maquineta rúbia
de carlos alberto rodrigues, vulgo carlos, o abutre,
perigoso terrorista internacional procurado vivo ou
morto pelo fbi, cia, kgb, mossad e república popular
chinesa que oferece um milhão de dólares por sua
cabeça.



um poema de clarice yamasaki


metrô sp:
esse lugarzinho
pra chamar de nosso
onde um cara vê novela
no celular (fone pra quê?)
enquanto outro pede
dinheiro pra galera
porque é bipolar
e outro tenta escrever
4:20 na janela


clarice yamasaki

aconteceu no 20º sarau da casa amarela (4)


o empolgante maracatu cearence de brenner paixão
e juliana pedro contaminou a casa amarela. as imagens 

foram captadas por carlos alberto rodrigues, vulgo big 
charlie ou carlos, o abutre, bandido internacional caçado 
em dez estados dos estados unidos da américa por 
assalto a banco.


aconteceu no 20º sarau da casa amarela (3)


canção: cidade bonita

autor: sacha arcanjo
voz: ronaldo ferro
kozinha: kabras de bakirivu (lucas kabral, joaquim lima,
francisco xavier, francisco américo e pérola negra)
vídeo: selma sarraf bizon



pássaro imóvel


ouço a chuva lá fora
no jardim de hideko
percebo de olhos fechados
com nitidez e exatidão
cada pingo que cai

meu pensamento viaja
como um pássaro imóvel
sob proteção do silêncio
por um céu de claridades
além da minha compreensão

pergunto-me se ele terá
coragem para voltar aqui
quando tudo for apenas
chão molhado e coberto
de flores e folhas caídas


akira yamasaki. 


aconteceu no 20º sarau da casa amarela (2)


pérola negra e os kabras de bakirivú, uma
canção pra molhar calcinha e melar cueca

(imagens captadas pela minha querida 

comadre selma sarraf bizon)


aconteceu no 20º sarau da casa amarela (1)

 
brenner paixão e juliana pedro, um 

puta som, um baita som du caráio.

(um clipe do feroz e famigerado 

facínora,o doce big charlie)


baita sarau



foi um baita sarau, um sarau de baitas. um sarau de poetas
e compositores da raça dos baitas. foi mais uma comovente
e arrepiante celebração da alegria, da paz e da amizade sob
o signo da poesia e da música. foi o 20º sarau da casa
amarela que aconteceu ontem – 09/02/2014 e teve como
convidado especial o genial cantor e compositor ceciro
cordeiro, poeta essencial da estirpe dos baitas. foi sob um
calor escaldante de cerca de 40 graus e embalados pelo
conceito de uma ação cultural entre amigos para levantar
uma grana para a casa amarela que dezenas de artistas do
bairro de são miguel paulista e de outras regiões da zona
leste reuniram-se para gravar o 1º cd do sarau da casa
amarela, com poemas e canções captados ao vivo no sarau
de ontem e no do mês que vem, o 21º. foi emocionante e
inesquecível e sei que vou cometer a falta de educação de
esquecer alguém mas preciso dizer muito obrigado a todos
que participaram deste evento e por isso vou dar nome aos
bois. então lá vai: obrigado, escobar franelas, lígia regina,
célia yamasaki da silva, éder lima e francisco xavier; obrigado
joão caetano do nascimento, lucas kabral e luka magalhães,
manogon, ronaldo ferro e sandra frietha; obrigado ceciro
cordeiro, selma sarraf bizon, costa senna, juliana pedro,
brenner paixão, rafael carnevalli e veronica lopes, muito
obrigado, tião e selma bento baia, seh m pereira, solange
kono, clarice yamasaki, inês santos, jorge gregório, joaquim 
lima e francisco américo, muito obrigado mesmo, célia maria
ribeiro, carlos bacelar, gilberto braz, betinho rio, caroline 
schneider, pérola negra, joãozinho, marcel acauan, romildo
de souza e lucas afonso; obrigado, drica campos, sidney
kitagawa, andrea ferraz de campos, big charlie, henrique
gabriel lima, carlos scalla, sueli kimura, mano cabelo
titchosman, vagninho e gildo passos; e o mais
especial obrigado às pessoas aos quais esqueci de mencionar.
obrigado mesmo, todos vocês são da laia dos baitas.

akira - 10/02/2013.

 

a vida segue, de éder lima


A vida segue
Além da dor e da saudade
Que escorrem nas lágrimas de Sueli
A vida brota
No lirismo dos poemas de Akira
A vida transcende
Na atitude de generosidade
E reverência
De Clarice
Ao regar o jardim de Hideko

Eder Lima.



kami de hideko



vertendo lágrima obscura
na manhã de fevereiro vi
hideko atravessar o portal
escoltada por mil bentevis

então com mãos humildes
em fervorosa prece pedi
para morar no meu jardim
para sempre o seu kami

akira – 08/02/2014.


 

JARDIM DE HIDEKO2, de sacha arcanjo



As flores sofrem
sob o sol fumegante
neste dia de verão tão seco

Um medo salta
pois sentem falta
da proteção de Hideko

A lua se foi
nem uma gota serena
deixou na esquina do beco

O jardim ficou vazio
o vento não deu um pio
esperando por Hideko.

Sacha Arcanjo - 8214.


 

quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014

miyuki (17)



você é o azul
mais azul de todos
o mais amplo azul
que a manhã murmura
no céu do vento sul

você é o meu azul
mais domingo de todos
absoluto girassol azul
que o puruba assopra
sobre o mar azul

akira – 12/01/2014.

alencar


o meu compadre alencar
é ot – operador de trem
da linha três, a vermelha
do metrô de são paulo
e de férias é super feliz

não vi verão mais feroz
mas só para atazanar
ele me manda postais
do frio danado que faz
na neve de roma e paris

akira – 29/01/2014.


 

tintura


dizem que eu tinjo meus cabelos
e invejam a perfeição da pintura
na verdade eles querem mesmo
é saber a marca da minha tintura

flor rogéria


de gilson e luisão
irmã de todos, sim
divido-a sem ciúmes
siamesa só de mim

akira – 28/01/2014.

ultimo domingo (7)


manhãs de futebol estragado
gols áridos, azedos, estragados
cervejas amargas e estragadas

conversa vazia e estragada
fígado e coração estragados
desespero podre e estragado

tardes estéreis e estragadas
versos infecundos e estragados
domingos inúteis e estragados

akira – 26/01/2014.