quarta-feira, 1 de agosto de 2012

Bentevi, Itaim - antepenúltima edição, por Escobar Franelas


Não tem pra ninguém.
O projeto "Bentevi, Itaim", que tem como foco arrecadar fundos para lançamento do livro e cd do Akira Yamasaki ao mesmo tempo que rememora a importância cultural e artística de Raberuan (recentemente partido para as estrelas), torna-se mais vibrante a cada nova edição.
Sábado último, dia 28, o palco da Casa de Farinha, em São Miguel, foi tomado de assalto pela poesia de Gilberto Braz, Santiago Dias e Guiberto Genestra, pela musicalidade solar de Zulu de Arrebatá e pela apoteótica participação da banda Semente Africana, que tem como líder o músico e vocalista Fábio Lima.
Gilberto Braz e eu iniciamos a celebração à deusa Poesia para, a seguir, ceder lugar ao mestre da malemolência, o príncipe-mór dos suingueiros de São Miguel, Zulu de Arrebatá. Com o timbre e a batida que lhe são peculiares, Zulu destilou simpatia, cantou a capella e instaurou o clube do balanço para a plateia. Depois, cedeu lugar para seus convidados, os poetas Guiberto Genestra e Santiago Dias. O primeiro entregou uma bandeja de poesia refinada em poções cristalizadas para os ouvidos, ao passo que o segundo desfilou rosários de poemas, dele e de outros, todos curtidos no fogo brando da paixão severa pela vida e pelas pessoas.
Akira subiu logo após, com a competência de sempre e convocou o Semente Africana para tomar conta do espaço. A partir daí, mermão, não sobrou pó no chão que não fosse arredado pelos pés dos dançantes. A música do grupo (Fábio Lima no vocal, violão e cavaquinho; Valter Pasasrinho, na percussão e vocais; Edson Oliveira no baixo e Duzão na percussão), navega no reggae, dub e outras sonoridades e é carregada de lirismo, melodia e ritmo. Isso dito, explica sua sensualidade sutil, a vontade de dançar sossegado, em paz com o corpo e com a vida. Há que se registrar que ali, àquela hora, ali, todos os deuses da malemolência pareciam ter descido à terra para juntar-se à turba festiva que, quanto mais a banda tocava e cantava, mais dançava, todos num frenesi hipnótico. Para completar o climão criado, no fim convidaram Sacha Arcanjo, Zulu e Ceciro Cordeiro para adentrarem o palco para um ritual pagão de celebração da música e da vida. Foram ovacionados.
O show terminou lá pela meia-noite? E daí, se até agora estou com a música na cabeça e o corpo pedindo mais?
E que venham o  penúltimo encontro (agendado para 11 de agosto, que nos promete Ceciro Cordeiro, Adilson Aragão e Marcel Acauam; e o último, em 18 de agosto: lançamento do livro "Bentevi, Itaim", que trará um cd encartado com poemas do Akira musicados por Sílvio de Araújo. Este gran finale será orquestrado pelo próprio Sílvio, e mais Osnofa, Vinícius Casé e Ravi Landim.

Escobar Franelas.

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