segunda-feira, 11 de abril de 2011

Celso

sobressalta-me, celso, como se eu fosse seu irmão mais velho e
por isso mesmo seu responsável, cada tosse sua, cada resfriado,
febre ou enxaqueca;

morro de angústia, celso, a cada vez que seu nariz escorre, sua
respiração ofega ou sobe a sua pressão a cada relampago de dor
lancinante (irmã gêmea de outras dores, velhas conhecidas de
outros carnavais) que atravessa o mar do seu peito;

um dia perdi valdir aguiar praticamente em meus braços, fui
incapaz de mantê-lo comigo;

e hoje, celso, eu que não temo nem carrego deus comigo, acendo
velas e incensos, bato tres vezes em madeiras de lei e imploro
diariamente de joelhos, que voce enterre todos nós.

akira - 11/04/2011.

Nenhum comentário:

Postar um comentário