sexta-feira, 9 de julho de 2010

03 poemas de Cláudio Gomes

Não sei onde estava com a cabeça em janeiro desse ano, que nem percebi, pecado capital, que recebi alguns poemas de Cláudio Gomes, escritos por aqueles dias.
Posto-os hoje nesse espaço, nunca é tarde, versos que enfatizam o estilo veloz e ziguezagueante do Claudio, eterno menino trapezista, de palavras equilibristas da corda bamba, cuspidoras de fogo e arremessadoras de facas, girando no globo da morte.

Akira Yamasaki
08/07/2010.



Caro Akira
Seu carinho sempre aquecendo nossos dias de viver, antes do segundo sol chegar. Aproveito para mostrar uns versos que desenhei nestes primeiros dias do janeiro:

bodyart

é leve o bailarino.
burra dor na joanete.
afinado canivete
o eterno alongar tibial.
alternar plantares no chãodry
flainar meio voal.



Divera

Tem uma pedra que Deus criou
no sapato
aperta calo e doi abeça.
Aparece em retrato.
Vai mente em mente e volta,
volta, inchiste e ainda mais ferra.
As mil faces da mazela
dois mais que ler : muçarela.



evoé

I
tempero com alguma comédia,
minha nobre vida sem drama.
desenrolar o fio da trama.
seguir feliz a tragöedia
olho no olho da trema,
o bóderulho do bicho.

II
refirmar chifre a lima
zanzando a veia da métrica
escrever o não e o sentido
numa emoção elétrica
re virtuar dona rima.

Cláudio Gomes.

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